segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quando uma reforma desvaloriza um imóvel

O sonho de todo proprietário que deseja se desfazer de um imóvel é conseguir um bom preço. Muitas pessoas chegam a investir em reformas para deixar a residência mais atraente para potenciais compradores. Só que não há nenhuma garantia de que o dinheiro investido vai retornar para os bolsos do vendedor.

Atitude que especialistas do setor imobiliário consideram um erro financeiro. “Uma proprietária uma vez gastou uma fortuna com paisagista. O jardim ficou maravilhoso”, conta Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis, uma das maiores imobiliárias de São Paulo. O problema é que o novo proprietário literalmente arrasou com o jardim recém-construído para a construção de mais uma garagem.
A opinião de quem entende é unânime: grandes reformas, principalmente estruturais, feitas com a intenção de valorizar um imóvel são uma péssima ideia. Luiz Paulo Pompeia, diretor de estudos de mercado da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), crê que oferecer um imóvel bem conservado é de extrema importância para garantir uma boa velocidade de venda e preço coerente com o mercado. Contudo, ele alerta que qualquer coisa que vá além da pintura e atualização de pisos ou azulejos não justifica o custo e o esforço envolvido numa grande reforma. “Quem vende deve deixar a reforma para quem compra”, sugere.
Pompeia considera que, mesmo melhorias feitas na parte hidráulica e elétrica do imóvel, precisam ser bem-avaliadas . “Essas reformas devem ser feitas apenas se estiverem em péssimas condições. Do contrário, o que precisar ser mexido deve ficar à cargo de quem for entrar na propriedade."
Luiz Fernando Gambi, diretor de comercialização do SECOVI-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), também é partidário da ideia do “menos é mais”. Ele lembra de um apartamento de 4 quartos, “imóvel caro, metragem alta”, transformado pelos donos em um charmoso e moderno loft. Mais um fracasso, que acabou desvalorizando o apartamento em relação as outras unidades no mesmo prédio. “Fazer reforma que muda o desenho original é desvalorização na certa, além de ter uma velocidade de venda baixíssima”, explica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário