sexta-feira, 6 de julho de 2012

Imóvel novo pronto para morar é opção prática e econômica para o consumidor

Diferencial oferecido pelas construtoras sai mais em conta para os clientes, já que o serviço é feito por atacado, com um fornecedor

Apartamentos da Greenvalle são
vendidos já com armários
O boom imobiliário vivido pelo Brasil fez crescer os valores do metro quadrado em níveis estratosféricos e mudou também o perfil dos imóveis novos entregues ao comprador. Quem comprava imóvel completo, pronto para usar, passou a adquiri-lo na planta e a gastar um bom dinheiro para completá-lo. A nova moradia, geralmente, é recebida sem armários de quartos, cozinhas e banheiros, sem divisórias e muitas vezes até mesmo sem o acabamento básico como gesso ou piso.

Na contramão dessa corrente, algumas empresas resolveram manter os negócios à moda antiga e fazem o diferencial ao oferecer imóveis praticamente prontos para morar. Em alguns casos, até mesmo já decorados. Quem pensa que tem que pagar mais caro por isso se engana. Esse diferencial pode custar até R$ 100 mil a menos, segundo o diretor da Greenvalle Construtora, Luiz Jorge Ribeiro, para quem “o mercado imobiliário tomou o rumo de aproveitar a situação de plena euforia, desequilibrando o lado de quem vende e levando os construtores a entregar imóveis com menos acessórios. A lei da oferta e procura”. Luiz Ribeiro faz analogia à situação da indústria automobilística, quando ofereceu tração mais barata e assim restringiu diversos acessórios.

Segundo o empresário, sua empresa optou por “tocar” até três empreendimentos de cada vez, se contrapondo a vários canteiros de obra de uma só vez. Com essa decisão, barateou os custos por ter estrutura fixa de construção, com o setor administrativo bem menor e mantendo a equipe de profissionais na área construtiva (engenheiros, arquitetos, pedreiros, mestres de obras etc.). Isso proporciona custo bem menor que os demais cobrados pelo mercado, além de entregar seus imóveis com armários embutidos, sistemas iluminotécnicos, gesso, deixando para o cliente praticamente a decoração.

No mercado há 15 anos, oito deles em Belo Horizonte, a Greenvalle adotou sempre essa linha. Segundo o diretor da empresa, são empreendimentos em sua maioria na Zona Sul, mas, depois de algumas pesquisas, ficou comprovado que há interesse de pessoas que querem morar, por exemplo, no Buritis, Zona Oeste, mas num padrão neoclássico como o do Bairro de Lourdes, Centro-Sul. As vendas, segundo o empreendedor, são rápidas.

ÁREA COMUM A Masb Desenvolvimento Imobiliário oferece um conceito de imóveis de forma a garantir ao comprador que as áreas comuns, como portaria, recepção, salão de festas e de lazer, sejam entregues prontas, levando em conta a opinião dos compradores. Segundo a arquiteta que coordena os projetos de áreas comuns, Paula Felicicetti, isso é a garantia de satisfação do cliente, evitando um desgaste já no começo da moradia. “Quando se mudam, são vários vizinhos diferentes, que não se conhecem. Imagine na primeira reunião de condomínio, discutindo sobre mobiliário.”

Os clientes, segundo Paula, estão cada vez mais exigentes e uma academia de ginástica bem montada, os espaços mais valorizados, como área de lazer, piscina, salão de festas ao gosto do comprador do imóvel, agregam valor. A Masb entregou, esta semana, um empreendimento com 620 apartamentos na Vila da Serra, em Nova Lima. São imóveis comprados na planta, cujo resultado final procurou manter todas as especificações contidas no folder e maquete de vendas.

"Trabalhamos como atacado, procurando o
bom gosto e o cuidado em atender o consumidor
com um resultado bonito, confortável e funcional",
 diz Tânia Salles
Decoração conjunta

Antes de entregar o prédio, construtora o deixa nas mãos de empresa especializada para que sejam feitas as adequações ao gosto do cliente

Há quase três décadas no mercado de projetos e decorações, Tânia Salles, da Tânia Salles Projetos e Decorações e da Prêt-à-Habiter by Tânia Salles, atua em duas frentes. A primeira empresa executa projetos e decorações personalizados. As construtoras que não fizeram o projeto desde a planta, entregam o apartamento pronto e a empresa de Tânia faz as adequações inspiradas nas necessidades de cada cliente, seguindo as particularidades.

Em apartamentos com decoração personalizada, é preciso avaliar, segundo Tânia, parte a parte. Se for um casal: o lado masculino e o feminino. Se houver filhos: o menino e a menina. Toda uma divisão interna que tem que ser planejada, verificando o que serve também para banheiros, cozinhas e áreas de serviços.

De acordo com a arquiteta, o melhor nível educacional e aquisitivo do brasileiro aumentou a consciência da necessidade da procura do profissional, quando da execução de alguma modificação. “Há entendimento da necessidade desse profissional. Aquela ideia de que isso ficaria mais caro vem sendo superada. Com a orientação do profissional corre-se menos risco de errar, de gastar duas vezes mais. Além disso, é importante ter acompanhamento de quem é especialista em noção espacial e de proporção.”

Diretor da Greenvalle, Luiz Jorge Ribeiro
diz que cliente recebe o imóvel pronto para
morar, preocupando-se somente com a decoração
No caso da Prêt-à-Habiter, a grande demanda é para apartamentos menores, de 45, 65 e 90 metros quadrados, em que o proprietário também quer ter uma decoração diferenciada, mas precisa de um financiamento maior, porque esse produto é entregue pela construtora sem nada, sem armários e acabamentos.

Geralmente, o comprador desse padrão de imóvel é um casal jovem, ou trata-se do primeiro apartamento. É o começo de vida a dois, que precisa ter flexibilidade de custo e de pagamento.

Personalização

Nesses produtos, a decoração ocorre geralmente no atacado, com algumas personalizações. Segundo Tânia Salles, há uma gama de cores e acabamentos que, por si sós, já definem um diferencial. “Se os fornecedores entregam, projetam e montam, por exemplo, um armário para um só apartamento num prédio onde há 90 unidades, o custo será bem superior do que se ele vender a todos os 90 apartamentos.”

Tânia Salles reuniu grupos de fornecedores, planejando uma decoração conjunta, de leiaute refinado, a um custo que cabe no bolso do consumidor, mas com algum grau diferenciado de personalização. “Esse tipo de apartamento não oferece muita flexibilidade de leiaute, pela própria medida. Se tem uma suíte, tem três tipos de acabamento externo de armário e duas ou três variações de divisões internas”, explica. Portanto, não há muito o que fazer devido à medida, mas pode ser de bom gosto.

“Trabalhamos como atacado, procurando o bom gosto e o cuidado em atender o consumidor com um resultado bonito, confortável e funcional, e, o mais importante, a cara do cliente.”

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